sábado, março 25, 2006

O Culto da Merda

Um dos traços mais marcantes da cultura dos nossos dias é sem sombra de dúvida o culto da merda, culto este que se exterioriza verdadeiramente com merda falada, dita ou escrita, o vulgo falar merda. Observem-se os e-mails que circulam na Internet como apenas um exemplo. Isto é tão comum que a maior parte das pessoas confia apenas no seu bom senso para reconhecer quando se está ou não a falar merda e assim envolver-se ou não. Este fenómeno recente até agora nunca tinha sido alvo de uma preocupação especial nem de uma investigação sistemática... até agora...

É certo que não temos uma ideia precisa do que é falar merda e sobretudo da razão para que se fale tanta ou até mesmo para que serve. Algumas análises experimentais e exploratórias poderão no entanto ajudar a desenvolver uma compreensão teórica sobre o assunto.

Nos dias de hoje é extremamente fácil produzir artigos descuidados, de qualidade inferior ou mesmo que revelem semelhanças, até certo ponto, com o falar merda. Mas como? Será o proprio falador de merda um marado da cabeça? O que ele fala é necessariamente sujo ou grosseiro? É certo que a palavra merda assim o sujere, mas na maior parte das vezes o excremento nem chega a ser projectado e elaborado, sendo apenas emitido e descarregado, podendo ter uma forma mais ou menos coesa, mas nunca trabalhado no puro sentido palavra.

Na área Propagandística e de Relações Publicas, fazendo também parte dela a Politica, são inumeros os exemplos consumados de falar merda que podem servir como paradigmas inquestionaveis e clássicos deste conceito. Nestas áreas existem profissionais bastante sofisticados que com o apoio de técnicas avançadas se dedicam de forma permanente e incansável a falar pura merda.

Por outro lado, quando rotulamos uma conversa como da treta, queremos com isso dizer que o que sai da boca do falante é apenas isso. Puro vapor. Uma conversa sem substância nem conteúdo, pura merda...&%/=}?'#££

E mais haveria por dizer... mas não o é, de todo inteligente, alimentar ainda mais este discurso de treta, não iria trazer nada de novo. Este culto que continua e continuará inundando a nossa cultura e sociedade talvez seja apenas e só um mal necessário para que a nossa existência fique talvez e só um pouco condicionada a um minimalismo exacerbado, faccionisto exaberbado ou outro... qual Castelo Branco, qual Tertúlia Cor de Rosa... enfim, pastilhas...

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